Produtores de café de Poço Fundo (MG) estão sofrendo com assaltos em plena época de colheita. A Polícia Civil acredita que as quadrilhas especializadas nos roubos são do Estado de São Paulo.
A família da cafeicultora e professora Joselene Marcia da Silva de Ávila ainda organiza a casa depois do episódio traumático. Os assaltantes reviraram os objetos em busca de dinheiro e itens de valor. A família ficou presa em um quarto por mais de uma hora durante o roubo.
“A gente estava na sala, eu com as minhas filhas, do nada eles chegaram na sala, anunciou o assalto, pediu os celulares, que era para passar todos para eles e perguntou do meu marido, ele estava no secador do barracão e ele já mandou outros dois buscarem pra ficar ali com a gente”, contou a cafeicultora Joselene Márcia da Silva de Ávila.
As câmeras de segurança foram danificadas. Além de celulares e outros pertences, os ladrões roubaram mais de 100 sacas de café orgânico que estavam no galpão, além de uma caminhonete e um caminhão que foram recuperados no interior de São Paulo.
“Você custa acreditar, você pensa que não é real, mas é uma coisa que mexe muito com o emocional da gente, a gente custa a voltar a si”, disse o cafeicultor José Arildo de Ávila.
Esta foi a segunda vez que a família foi surpreendida por ladrões. O episódio anterior foi há cinco anos. Agora as filhas temem passar as noites na própria casa.
“Se brincar eu vou ter que abandonar a minha casa por causa desse pessoal, eu acho muito injusto isso, porque eu adoro o local que eu moro”, disse o cafeicultor.
Produtores de café sofrem com assaltos em plena época da colheita em Poço Fundo — Foto: Reprodução EPTV
O caso não foi o único registrado neste mês em Poço Fundo. No dia 6, um caminhão com 250 sacas de café foi furtado de um armazém na zona rural da cidade. Segundo a Polícia Militar, o prejuízo foi de cerca de R$ 570 mil. O local tem até câmeras de segurança, mas elas foram tampadas com sacos pretos e os criminosos levaram o equipamento que grava as imagens.
O próprio dono buscou o veículo após ele ter sido abandonado em Casa Branca, no interior de São Paulo. Porém, sem as sacas de café. Mesmo assim, foi motivo de comemoração na cidade.
A Polícia Militar de Poço Fundo informou em nota que segue em busca dos autores dos crimes. O texto diz que a patrulha rural atua em uma área muito grande e isso dificulta percorrer todo o perímetro com mais frequência.
A polícia reforçou os cuidados preventivos com os migrantes que vêm para a região nessa época, o acionamento da PM em caso de suspeita e a proteção patrimonial.
A Polícia Civil investiga os casos e não descarta que possa haver relação entre eles. Segundo o delegado, a época de colheita chama a atenção dos criminosos e algumas medidas de prevenção são necessárias.
“Instalação de sistemas de monitoramento por câmeras, alarmes, rastreadores em maquinários agrícolas de grande porte, em caminhões, tudo isso ajuda não só a preservar o patrimônio de cada, mas também a subsidiar as investigações caso seja vítima de um crime”, disse o delegado Éder Roberto Neves.
Além da Polícia Militar, no 190, a Patrulha Rural de Poço Fundo pode ser acionada através do número (35) 9 8879-7176.
Fonte: EPTV e g1 Sul de Minas




