Depois que bateu R$ 1,65 na segunda-feira, a taxa de câmbio doméstica ascendeu pelo segundo dia, à reboque do fortalecimento da moeda americana na praça internacional.
O valor da moeda europeia deslizou de US$ 1,33 para US$ 1,31, em meio às preocupações renovadas pelos problemas que ameaçam os países da zona do euro. A notícia de que a China pretende adquirir títulos da dívida espanhola não foi suficiente para deter a queda, num dia em que os indicadores econômicos mais recentes dos EUA reforçaram as expectativas de uma recuperação, ainda que lenta, da maior economia do planeta.
No mercado de câmbio doméstico, a cotação do dólar oscilou entre R$ 1,677 e R$ 1,662, para finalizar o expediente em R$ 1,675, o que representa um avanço de 0,66% sobre o fechamento de ontem.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi negociado por R$ 1,790 para venda e por R$ 1,620 para compra.
Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sobe 0,90%, aos 70.953 pontos. O giro financeiro é de R$ 5,15 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York avança 0,39%.
Entre as notícias mais importantes do dia, dois indicadores dos EUA chamaram a atenção dos agentes financeiros. Primeiro, a forte geração de empregos no setor privado, acima das expectativas; segundo, a expansão do setor de serviços, também num ritmo melhor do que o esperado. Por enquanto, a Europa não tem alimentado o relativo otimismo dos investidores para 2011: uma sondagem privada (pesquisa PMI) com de milhares de empresas da região mostrou um desempenho positivo da Alemanha e daFrança, mas revelou que Espanha e Irlanda ainda mostram condições problemáticas.
Analistas ainda não descartam algum efeito "residual" das declarações do ministro Guido Mantega (Fazenda). Ontem, ele reforçou que governo está atento à desvalorização cambial, mas sem anunciar medidas concretas. Horas antes da intervenção do ministro, as taxas cambiais subiram com força, para perder ímpeto quase imediatamente à fala de Mantega.
O ministro afirmou que "o governo está pronto para tomar medidas para impedir que essa valorização do real prossiga". Entre elas, o já famoso corte nos gastos públicos, principal pressão que Dilma enfrentará no começo de seu governo.
"Acho que o mercado entendeu o recado, e sabe que pode vir alguma medida por aí", comenta Ideaki Iha, da mesa de operações da corretora Fair.
JUROS FUTUROS
No mercado futuro de juros, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos, as taxas previstas avançaram nos contratos mais negociados.
A Fipe-USP revelou que o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) no município de São Paulo desacelerou para 0,54% em dezembro, após alta de 0,72% em novembro. Em 2010, esse índice acumulou uma alta de 6,4%, a maior variação desde 2004. Economistas projetavam uma inflação de 0,49% para o último mês de 2010.
No contrato para julho de 2011, a taxa projetada subiu de 11,63% ao ano para 11,66%; para janeiro de 2012, a taxa prevista ascendeu de 12,02% para 12,09%. E no contrato para janeiro de 2013, a taxa projetada passou de 12,24% para 12,32%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.
Fonte: Folha Online

